sexta-feira, 13 de abril de 2012

Multimistura

As vantagens da boa alimentação – complementação alimentar
Antigamente, o solo era rico e por isso os alimentos eram mais completos. Naquele tempo não se usavam produtos químicos. A poluição industrial, o uso de adubos químicos, hormônios em animais e pesticidas colaboram para que tenhamos menos saúde e contaminam o meio ambiente, o produtor e o consumidor.
O uso de concentrados de minerais e vitaminas (farelos, pó de folhas, pó de sementes, pó de casca de ovo) em doses mínimas, mas constantemente acrescidos à nossa alimentação tradicional, fornece nutrientes que são indispensáveis para:
- promover o crescimento (dentro e fora do útero),
- aumentar a resistência às infecções,
- prevenir e curar a anemia nutricional,
- diminuir diarréias,
- diminuir doenças respiratórias e
- manter a saúde.
O Brasil é um país muito rico em alimentos. Cada região precisa valorizar essa riqueza para que todos possam comer melhor. Vejamos:
1. No Norte: jambu, jambo, castanha-do-pará, macaxeira, caruru, abóbora, manga, coentro, vinagreira, maniçoba, tucupi, pupunha, buriti, peixes, piracuí, tacacá, milho, dendê, gergelim etc.
2. No Nordeste: caju, jaca, coco, macaxeira, inhame, camarão, mariscos, peixes, abóbora, coentro, bredo, vinagreira, manga, quiabento, quiabo, cuxá, castanha, óleo e mesocarpo de babaçu, vatapá, caruru, milho etc.
3. No Centro-Oeste/Sudeste: Pequi, buriti, guariroba, jaca, abóbora, mandioca, serralha, caruru, beldroega, coentro, galinhada, maria-isabel, baião-de-dois, ora-pro-nóbis, milho, pamonha, angu, feijoada etc.
4. No Sul: abóbora, mandioca, peixes, camarão, serralha, beldroega, almeirão, escarola, rúcula, arroz-carreteiro, feijão tropeiro, milho, polenta, cevada, aveia, centeio, trigo, açúcar mascavo, linhaça.
Hoje estão sendo muito valorizados os alimentos funcionais (nutracêuticos). São alimentos que previnem, retardam e até curam doenças. São alimentos que promovem e mantém a saúde.
A mandioca é um exemplo. Sua folha é riquíssima em minerais e vitaminas e é quase toda desperdiçada. Tem mais ferro que a carne, mais vitamina A que o leite. E a composição e proporção entre seus nutrientes é tão perfeita que pequenas quantidades do seu pó acrescentadas todos os dias em nossa comida, pode, por exemplo, controlar a anemia, aumentar a imunidade e reduzir a gravidade das infecções como a dengue, malária, pneumonia, diarréia, aids, tuberculose, hanseníase, gripe. E também a cegueira noturna e a coceira dos olhos por deficiência de vitamina A.
A raiz, quando moída e prensada, libera o tucupi (manipuera) que serve como inseticida, mata saúva, dá um molho fantástico com ou sem pimenta, pode ser usado no tacacá, pato, carne etc. Vai bem na sopa e no arroz. Com jambu fica ainda melhor e mais completa em nutrientes. Logo teremos no comércio o tucupi em pó. Dele se extraem nutrientes muito caros e raros.
Também a fibra que sobra da extração do amido é mais cara que ele, devido a sua importância para prevenir câncer de intestino, reduzir tóxicos, normalizar colesterol etc., mas não está disponível comercialmente, ainda.
Lembre-se: a mandioca é orgânica, preserva o meio ambiente, o produtor e o consumidor. Nasce em todo o país. É brasileira.
O camapu, fisalis ou tomate de capote é um mato cujas folhas amargas protegem o fígado. Seus frutos ricos em vitaminas A, C e E, se usados desde criança, previnem a catarata e aumenta a resposta imunológica.
A chave de uma boa alimentação está ao alcance de todos.
Existem vários alimentos nutritivos, mas pouco valorizados. Entre eles, 4 pós se destacam pela facilidade de uso e disponibilidade em todas regiões do país:

FARELOS DE ARROZ E/OU DE TRIGO
O farelo é obtido quando os grãos integrais do arroz e do trigo são polidos e transformados em arroz branco e farinha branca.
Assim o arroz e o trigo polidos ficam mais pobres e os "bichos" atacam menos. Em compensação, esses alimentos, quando usados pelo homem, desequilibram o seu organismo, porque perdem em cada 100g:

Fonte: IBGE


Com o polimento se perde o "olho", chamado gérmen e a cutícula que reveste o grão.
Os farelos de arroz e de trigo são concentrados de minerais (Ferro, Cálcio, Zinco, Magnésio) e de vitaminas (B1, B2, Niacina etc.). Possui também proteínas, hidratos de carbono, gorduras e fibras. Transformam qualquer "comida pobre" em "comida rica".
Os farelos são chamados de subprodutos e, por isso, vendidos para ração animal. Muita gente acha que é comida de porco. Mas nós comemos a mandioca, o milho, a abóbora que o porco come, e também a carne do porco.
Não é só questão de preconceito? Repare que a porca e a vaca sempre têm leite suficiente para os filhotes. Eles dificilmente nascem desnutridos ou se tornam depois, porque a mãe está bem alimentada.
O arroz e o trigo nunca foram alimentos para animais ao longo da história. Portanto, é o porco que come alimentos do homem e não o contrário.
Em países ricos como Japão, Estados Unidos e os da Europa, o farelo é muito consumido pela população, que conhece suas qualidades e é vendido em qualquer supermercado, além de enriquecer alimentos como biscoitos, balas, tira-gostos e cereais para o café da manhã.
Não existe uma comida boa para ricos e outra para pobres.
O meu corpo não sabe se eu sou rico ou pobre nem quanto eu ganho. Portanto, ou o alimento é bom para qualquer pessoa ou não serve para ninguém.

Modo de Preparo dos farelos
O uso deve ser diário, como o sal: pouco e sempre.
Usar 1 a 2 colheres de sopa (rasas) para cada pessoa, por dia.

Farelo de arroz
O farelo de arroz é comprado em usina de arroz e deve ser imediatamente preparado e torrado. Deve ser sempre novo, sem cheiro de ranço ou de mofo.
O farelo de arroz deve ser peneirado aos poucos, em peneira fina, para separar a casca e o arroz quebradinho. Pode-se passar mais uma vez na peneira, se tiver ainda muita palha.
Torrar em panela grande, com colher de pau, mexendo sempre, por no mínimo, 25 minutos em fogo baixo (depois que a panela e o farelo estiverem quentes).
Não colocar mais de um terço (1/3) da capacidade da panela, para se conseguir um farelo torrado homogeneamente.
Esfriar e guardar em vasilhas fechadas ou no freezer.
O Óleo de farelo de arroz pode ser frito várias vezes e não se decompõe. Tem álcool triterperno, que acelera a formação e a fixação da memória e outras propriedades mais. Os farelos neutralizam o componente nutricional da TPM, cólica menstrual, do alcoolismo e contribuem para uma qualidade de vida melhor. Normaliza o crescimento dentro e fora do útero, reduz a anemia, regulariza a função intestinal, melhora a dor nas pernas, o calcanhar rachado, a cicatrização, a assadura etc.

Farelo de trigo (contém glúten)
Passar em peneira não muito fina. Convém torrar para ser usado em preparações que não vão ao forno ou fogo.
Para crianças pequenas, tem que ser passado em peneira fina.
Misturar em sopas, mingaus, leite, arroz, feijão, bolo, cuscuz, beiju, pão, molho de macarrão...
Dividir em todas as refeições usadas durante o dia.
Dentro do princípio da MULTIMISTURA, se você tiver os 2 farelos, pode misturá-los e usar na mesma quantidade acima mencionada.
Hoje, conhecemos os efeitos maléficos dos metais pesados como o mercúrio, chumbo, cádmio, alumínio, níquel, porém, nutrientes contidos nos farelos e nos pós de folhas verde-escuras comestíveis podem neutralizar sua ação total ou parcialmente, dependendo da sua concentração, assim como outros alimentos, como as frutas, verduras, cereais integrais, que também têm componentes funcionais ou inteligentes.

PÓ DE FOLHAS VERDE-ESCURAS
São ricas fontes de vitamina A, vitaminas do complexo B, vitamina C etc., além de ferro e cálcio.
O Brasil, por ser um país imenso, tem plantas próprias em cada região. Se você conversar com as pessoas mais velhas da comunidade, vai aprender muito do que era usado antigamente e assim poderá enriquecer, ainda mais, o que come no dia-a-dia. Exemplos: abóbora, alfavaca, batata-doce, beldroega, bredo, chaguinha, cansação, capeba, cariru, caruru, coentro, dente-de-leão, folhas de chuchu, hortelã, jambu, língua-de-vaca, manjericão, marianica, ora-pro-nóbis, picão-branco, pimentão, quiabento, quioiô, serralha, taioba, uva, vinagreira etc.
Para facilitar o uso, principalmente por crianças pequenas, pode-se transformar as folhas em pó. A folha da mandioca, além de ser a mais rica, é a mais fácil de ser preparada.
Vamos comparar a quantidade de vitamina A e ferro das folhas verde-escuras ( folha de mandioca, folha de batata-doce), com a das folhas verde-claras (alface e repolho).
Essas folhas escuras, chamadas de mato, têm a vantagem de crescer naturalmente, sem precisar de muitos cuidados no cultivo, sendo mais nutritivas que as folhas claras como alface e repolho.

Que diferença, não é mesmo?
A folha da mandioca é uma rica fonte de minerais e vitaminas.
Acrescente (1) pitada do pó de folhas no prato, já pronto, em todas as refeições.

Preparo:
As folhas, depois de lavadas, ficam em 1 litro de água + 1 colher (sopa) de água sanitária por 20 minutos.
Secar as folhas em lugar ventilado, à sombra, ao sol ou em forno entreaberto até se tornarem crocantes. Amassar bem e passar no pilão, no liquidificador, no moedor de cereal ou peneira fina.
Com esse processo, elimina-se o ácido cianídrico.

PÓ DE SEMENTES
Sementes são alimentos de grande valor que a natureza colocou à nossa disposição. Concentram muitos sais minerais, vitaminas, óleos essenciais e proteínas muito importantes para o funcionamento do organismo.
Exemplo: sementes de abóbora, melancia, melão, girassol, linhaça, gergelim, castanha de caju, castanha-do-pará, babaçu, amendoim, pecã, jaca, sapucaia etc.
Use no preparo de paçocas, farofa, granola, mingau, bolo, cuscuz.

PÓ DE CASCA DE OVO
Os nossos bisavós já usavam o pó da casca do ovo porque é uma grande fonte de cálcio, importantíssimo para:
- o crescimento;
- a gravidez;
- a amamentação;
- a recuperação da saúde;
- a conservação dos dentes e
- a prevenção da osteoporose (não esquecer de tomar sol).
Preparo:
Lavar bem as cascas dos ovos e depois amassá-las. Fervê-las por 20 minutos e lavar bem para retirar a espuma branca. Deixar de molho por 30 minutos em 1 litro de água para uma colher de (sopa) de hipoclorito ou água sanitária. Secar ao sol ou ao forno. Liquidificar ou pilar. É bom passar em pano fino para ficar como talco.
Nota: usar máscara para impedir a contaminação e a aspiração do pó.
Colocar 1 colher (chá), por pessoa, de suco de limão. Esperar ferver ( como sonrisal) e tomar. Antes de usar, pode deixar também em vinagre, por algumas horas, para ser melhor aproveitado pelo organismo.
Usar em sopas, mingaus, farofa, paçoca, bolo.

MULTIMISTURA
É um princípio básico de nutrição:
A Qualidade é dada pela Variedade e não apenas pela carne, ovo, peixe, frango.
Não há alimentos fortes ou fracos, mas complementares.
Exemplo: A combinação de arroz, feijão e carne fica mais completa com salada de alface, salsa, coentro, hortelã, cebola, couve, grãos de gergelim temperados com sal iodado, limão e óleo.
Pode-se enriquecer a alimentação do dia-a-dia com uma farinha composta de:
70% de farelo (arroz e ou trigo) tostado,
15% de pó de folhas (mandioca, batata-doce, etc.),
15% de pó de sementes (gergelim, abóbora, linhaça, girassol).
Se tiver pó de cascas de ovo, a mistura fica assim:
70% de farelo tostado,
10% de pó de folhas verde-escuras,
10% de pó de sementes,
10% de pó de casca de ovo.
Usar uma colher de sopa por pessoa, por dia, dividida nas três refeições. Serve para todas as idades. É um alimento, não um medicamento. É a multimistura básica. Contém um concentrado de minerais e vitaminas. Funciona como o sal: um pouco todos os dias. Repõe nutrientes fundamentais como o zinco, magnésio, ferro, vitamina A, vitaminas do complexo B e outras. Também reduz a absorção de metais nocivos como o mercúrio, chumbo, alumínio. Milagre? Não. Estamos repondo o que a natureza fez e o que foi retirado pela industrialização. "Bicho não come o que não presta". Ou seja, um arroz branquinho, mas fraco, não é atacado por insetos e roedores, como é atacado o arroz integral, e se conserva por muito mais tempo. O comerciante vende mais e ganha mais.
PS: O farelo de trigo contém glúten.

Como muitas pessoas perguntam onde encontrar a Multimistura já pronta, informamos que pode ser procurada:
- na Pastoral da Criança de sua cidade;
- em Mercados Públicos (no de Porto Alegre tem em várias bancas);
- em lojas ou entrepostos de produtos naturais ou orgânicos;
- em mercados;
- em ONGs que trabalham com Alimentação Alternativa;
- em associações comunitárias, tais como, por exemplo, no DF, a Cooperunião em São Sebastião e no Centro Comunitário da Criança da Ceilândia.

É importante que estejam discriminados os ingredientes e que contenha:
- 70% de farelos;
- 15% de pó de sementes; e
- 15% de pó de folhas verde-escuras, sendo a principal a da mandioca.

Fonte: Internet

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA E PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA DA PLANTA Siparuna aff. cujabana (MONIMIACEAE)


IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA E PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA DA PLANTA Siparuna aff. cujabana (MONIMIACEAE)


SCHETINGER, W. L.


Introdução:

O estudo das plantas medicinais está ligado à necessidade do ser humano de buscar alívio para dores e doenças. Desde os primórdios, buscou-se nas plantas, o recurso para ser usado na terapêutica.
Na América, diversos povos que aqui habitavam, sempre tiveram contato íntimo com o seu habitat natural permitindo o acúmulo de experiências e conhecimentos que eram repassados de geração em geração.
No Brasil, nos primeiros anos da colonização, as boticas representavam o sistema médico-farmacêutico da época. Este seria uma mescla de novos conhecimentos proveniente da ciência oficial européia com avanços ligados à química e terapias associadas ao conhecimento tradicional, caracterizado principalmente pelas plantas medicinais usadas pelos pajés (LORENZI, 2002).
A população indígena na época do descobrimento do Brasil era estimada entre 2 a 8 milhões de indivíduos e atualmente calcula-se que esteja em torno de 300 mil índios. (BRASIL 2006). Povos indígenas como Xavantes, Kraho, Guarani e muitos outros desenvolveram sistemas terapêutico-religiosos baseados em rituais com a utilização de plantas medicinais.
A “Medicina Herbal” foi criada, originada da experimentação da riqueza vegetal e cultural dos povos habitantes daqui e um modelo diferente de países como a China que desenvolveu a Medicina Tradicional Chinesa ou a Índia que criou a Medicina Ayurvédica.
Devido à biodiversidade do cerrado, há um enorme potencial terapêutico, que vem sendo estudado e desvendado (IORIS, 1999). Estudos estão sendo realizados no sentido de encontrar moléculas vegetais, que possam ser identificadas e transformadas em novos fármacos, para tratamento de doenças inflamatórias, infecto-contagiosas e degenerativas.
Neste contexto, as pesquisas com plantas tornam-se uma necessidade urgente. A ocupação do Cerrado ocorrida nas últimas 3 décadas, transformou o perfil da região e acelerou o processo de perda da biodiversidade. As cidades crescem desordenadamente e no campo o agro-negócio transformou as paisagens em cultivos químicos e mecanizados, favorecendo a perda do patrimônio genético.
O bioma cerrado compreende um amplo ecossistema com características terrestres regionais e fitofisionomias próprias. Apresenta uma ampla extensão e heterogeneidade abrigando uma enorme biodiversidade em torno de 5% do planeta, composta por pelo menos 6 mil espécies vegetais lenhosas e mais de 500 espécies de gramíneas, muitas destas espécies consideradas endêmicas, ou seja, espécies que só crescem na região dos cerrados (BRASIL 2003).
O potencial terapêutico medicinal do Cerrado é imenso e distribui-se em uma região cheia de contrastes. O estresse no qual as plantas são submetidas pelo excesso de sol e calor, pela ação do fogo, vento, altitude, solo deficiente de minerais e muitas vezes pedregosos, além do período de chuvas abundantes favorece o desenvolvimento de mecanismos de defesa. Estas substâncias são conhecidas como metabólitos secundários, que possuem características químicas que permitem o uso destas plantas como medicamento.
A grande variedade de metabólitos como alcalóides, taninos, flavonóides e outros, fornecem um arsenal terapêutico infinito. (IORIS, 1999).
Situada neste bioma encontra-se a cidade de Pirenópolis, que está localizada na região da serra dos Pireneus com altitude de 1.385 metros, no divisor continental de águas, das bacias dos rios Tocantins e Paraná, e possuindo duas nascentes importantes: a do Rio das Almas que corre para o norte e do Rio Corumbá que corre para o sul.
De acordo com Siqueira (2004), o Cerrado da serra dos Pireneus apresenta uma infinidade de plantas com propriedades diversas. Em sua lista preliminar destaca 76 plantas com características medicinais, frutíferas, ornamentais, tintorias e madereiras. Entre estas cita 2 espécies endêmicas da serra dos Pireneus, Trembleya neopyrenaica (Branca paixão) e Cissus albicans (Uvinha brava), ambas ameaçadas de extinção devido à ocorrência de pequenas populações. Além destas são citadas 4 espécies endêmicas do Cerrado que só ocorrem no estado de Goiás.
Como parte desta flora exuberante encontra-se a Siparuna sp. popularmente conhecida como negramina.
Trata-se de uma planta pertencente à família Monimiaceae. Amplamente usada pela medicina popular e indígena (MORAES, 2007), conhecida por suas propriedades medicinais e energéticas.
A negramina possui forte aroma semelhante ao limão, arbusto com até 3 metros de altura, folhas simples, membranácea, serrilhada nas bordas, porte arbustivo e com uma característica de predominância nos terrenos alagados ocorrendo nas veredas, próxima aos buritizais (LORENZI, 2002).
Fischer et al. (1997) e Taubert (1896) descrevem a espécie Mollinedia pyrenea a partir da coleta de Ule de número 31182, feita na cabeceira do rio das Pedras, na Serra dos Pireneus, em Goiás. A variedade grandiflora, descrita em 1898 por Perkins, é tratada como sinônimo da variedade pyrenea Perkins resultante de uma nova combinação de Mollinedia pyrenea Taub. Descrita anteriormente por Taubert (1896).
Por ser uma planta bastante utilizada pela população da região, torna-se relevante o estudo para avaliação de princípios ativos existentes na sua composição, favorecendo a busca de resultados científicos que justifique a sua utilização popular e como medicamento fitoterápico.
Portanto, o presente trabalho tem como objetivos realizar a identificação botânica para verificação da correta espécie de Siparuna sp encontrada na Serra dos Pireneus e realizar a elucidação do perfil químico qualitativo, a fim de identificar os principais metabólitos secundários, possivelmente responsáveis pelo uso terapêutico da espécie.


Materiais e Métodos

A metodologia caracterizou-se por possuir dois aspectos: descritivo, apresentando a identificação botânica da espécie estudada para confirmar a variedade existente na região e qualitativo, baseado na identificação dos componentes da amostra, por meio da prospecção fitoquímica, seguindo a metodologia proposta por Costa (1982).
As etapas realizadas foram:
1. Coleta do material vegetal para montagem da exsicata visando identificação e posterior deposito no Herbário da UNB (HUNB).
2. Coleta das folhas para constituição da amostra.
3. Identificação botânica das exsicatas depositadas por comparação com as amostras do Herbário da UNB.
4. Preparação do material vegetal para estudo: secagem e moagem das folhas.
5. Prospecção fitoquímica e identificação de compostos ativos presentes na amostra segundo Costa (1982).



Resultados e discussão

No aspecto referente à identificação botânica, a amostra estudada neste trabalho, de acordo com a exsicata enviada ao HUNB, não se trata da Siparuna guianensis, em função do formato da folha e pela pilosodade. Assim a identificação feita por botânicos constatou como sendo Siparuna aff. cujabana (Mart.) DC.
A espécie Siparuna cujabana apresenta, de acordo com Jardim Botânico de Missouri, o seguinte taxon: divisão: Magnoliophyta, classe: Magnoliopsida, subclasse: Magnoliidae, ordem: Laurales Lindl., familia: Monimiaceae Juss. genero: Siparuna Aubl. espécie: Siparuna cujabana (Mart. ex Tul.) A. DC.
O Herbário do Museu Parisiensi, relata a espécie Siparuna tomentosa (Ruiz & Pavon) Perk., determinada por Renner, S. 1997. Outras determinações: Monimiaceae: Siparuna cujabana (Tulasne) A. DC. Det. : Hill, SR, 1973
BRASIL , Goiás, Corumbá de Goiás NW 20 km de Corumbá de Goiás, próximo ao Pico dos Pirineus., em denso matagal de galeria, a folhagem com cheiro limão, frutas vermelhas. O mesmo herbário também relata a ocorrência da Siparuna cujabana (Tulasne) A.DC. em Meia Ponte Goiás (antigo nome de Pirenópolis). Rio Vaga Fogo (Goyaz) Vaga Fogo perto do Rio Meia Ponte em 1894 Coleções Hometown: NY Monimiaceae. Estas informações comprovam a existência da Siparuna cujabana na Serra dos Pireneus, confirmando os dados levantados nesta pesquisa.
No que diz respeito à análise do perfil químico das folhas de Siparuna aff. Cujabana identificou-se a presença de metabólitos secundários de acordo com o quadro 1.






Quadro 1. Resultados da prospecção fitoquímica.

Metabólito Secundário Resultado
Alcalóides Positivo
Flavonóides Positivo
Antraquinonas Negativo
Cumarinas Positivo
Saponinas Negativo
Triterpenos e esteróides Negativo
Taninos Negativo
Resinas Negativo

Os compostos encontrados na amostra analisada foram os alcalóides, os flavonóides e as cumarinas. Segundo Simões (2000), os alcalóides são definidos como substâncias cíclicas nitrogenadas com amplo desempenho farmacológico, dentre estes, alcalóides quinolínicos são utilizados para o tratamento de malária.
Já os flavonóides são polifenóis com importantes ações farmacológicas descritas como: anticarcinogênico, antiinflamatório, antialérgico, antiviral, antiulcerogênico e outros. O último grupo encontrado, as cumarinas possuem atividades hepatoprotetoras, hiploglicemiantes, antifúngicas, antiinflamatórias e outras.
De acordo com Conceição (1980), na citação “mesmo na febre amarela tem sido usada com vantagem”, sugere que a planta teria indicações para tratamento de diversas moléstias, inclusive a febre amarela. A ocorrência do surto de febre amarela na cidade de Pirenópolis em janeiro de 2008, constituiu um momento oportuno para inicio dos estudos sobre esta planta.
De acordo com Lorenzi (2002); Conceição (1980); Campos (1991) e Fisher (1997), as propriedades medicinais relatadas para a negramina estão descritas no quadro 1.


Quadro 2. Principais indicações encontradas na literatura.

Espécie Pesquisada Propriedades Medicinais Indicações Terapêuticas
Siparuna sp. Digestiva, febrífugo
carminativo, cicatrizante,
tônica, estimulante
antiinflamatória
anti-reumática, hepática,
energéticas, hipotensivo,
abortivo, aromático, diurético, vulnerário. Diabetes, cólicas, engurgitamento do fígado, obesidade, edema, epidemias, febre amarela,
problemas de coluna, reumatismo, dores reumáticas, nevralgias, artrite
dor de cabeça, espasmo muscular, gripes, auxiliar do parto, epidemias.


Sendo assim, a presença de alcalóides, flavonóides e cumarinas sugere que as atividades farmacológicas descritas na literatura (quadro 2) e indicadas na medicina popular sejam de responsabilidade de tais compostos encontrados na prospecção fitoquímica.
Comparando-se S. aff. cujabana a espécie Siparuna apiosyce pesquisada por Valverde-Soares et al. (1996) estas assemelham-se pela presença de alcalóides do tipo benzilisoquinolínico, aporfínico N-metil-laurotetanina e oxoaporfínico, flavonóides derivado do kaempferol, ácidos graxos, triterpeno, esteróides estigmasterol e sitosterol.
As amostras pesquisadas por Valverde-Soares et al (1996), foram extraídas de sementes, frutos, casca do tronco, madeira e folhas.
Contudo, quanto à presença de triterpenos e esteróides, na amostra de S. aff. cujabana, não foi possível a comprovação deste resultado, por diferir das especificações determinadas para o procedimento de análise. Quanto à pesquisa de cumarinas, a visualização da cor amarela brilhante, em presença de luz UV, tornou-se evidente, apesar da subjetividade, em confirmar esta coloração.
Esta variação de resultados, quando comparada com a literatura existente, pode ser explicada através de duas hipóteses. A primeira caracteriza-se por possuir partes da planta diferentes, pois Valverde-Soares et al. (1996), pesquisaram a planta inteira e as amostras de S. aff. cujabana foram constituídos somente de folhas, as quais foram coletadas em três momentos, no período de julho a dezembro de 2008. Compondo portanto, uma amostra representativa.
A segunda hipótese da diferença de resultados esta ligada a variedade do gênero pesquisado. Pois, os autores acima pesquisaram amostras de Siparuna apiosyce e neste trabalho a espécie pesquisada foi identificada como S. aff. cujabana.




Considerações finais

De acordo com o estudo realizado observou-se que o gênero Siparuna apresenta um potencial terapêutico e medicamentoso que merece ser pesquisado. A realização da prospecção fitoquimica constituiu um mecanismo importante na definição do perfil químico da espécie Siparuna aff. cujabana bem como na diferenciação da espécie S. apyosice, pertencente ao mesmo gênero.
A presença de flavonóides, alcalóides e cumarinas permite nortear o desenvolvimento de pesquisas futuras no âmbito da farmacologia, a fim de investigar as indicações terapêuticas sugeridas pela medicina popular, bem como encontrar outras ações farmacológicas.
A presença de uma grande variedades de composto fitoquímicos associados em diferentes concentrações, e a diversidade de indicações medicinais encontradas na bibliografia e discutidas neste estudo, corroboram assim, a necessidade de mais pesquisas direcionadas à elucidação das substâncias e moléculas responsáveis pelo potencial farmacológico desta espécie.
Assim, a identificação correta da espécie constitui uma etapa de extrema importância para a pesquisa, bem como para o estabelecimento de parâmetros de controle de qualidade caso a espécie S. aff. cujabana seja explorada na produção de medicamentos fitoterápicos.


Referências bibliografia:

Brasil. Programa nacional de conservação e uso sustentável do bioma cerrado: Portaria No. 361, 12/09/2003.

Brasil. Conselho de Gestão do Patrimônio Genético: Medida Provisória No 2186-16 de 23 agosto de 2001. Brasília: 2002.

Campos, José Maria; Caribe, José; Plantas que ajudam o homem. Editora Cultrix/Pensamento, São Paulo, 1991.

Conceição, Moacir. As plantas medicinais no ano 2000: Brasília: Editora Tao, 1980.

Costa, A. F.; Fundamentos de farmacognosia. V. 3. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1982.

Fischer, Dominique Corinne Hermine; Kato, Edna Tomiko Myiake; Oliveira, Fernando de; Caracterizaçäo farmacognóstica da droga e do extrato fluido de limoeiro-bravo-Siparuna apiosyce (martius) A. DC. Disponível em http://bases.bireme.br/cgi- Acesso 27/03/2008.

Herbarium Musei Parisiensis disponível http://coldb.mnhn.fr/ScientificName/Siparuna/brasiliensis acesso dia 30/05/2009.

Ioris, Edviges; Plantas medicinais do cerrado, perspectivas comunitárias para a saúde, meio ambiente e o meio sustentável. Fundação integrada municipal de ensino superior, Mineiros Go, 1999.

Lorenzi, H; Matos, Francisco J. A.. Plantas medicinais no Brasil nativas e exóticas: Nova Odessa SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2002.

Moraes, Wesley Aragão de. As bases epistemológicas da medicina ampliada pela antroposofia: São Paulo: 2ª Ed. ABMA, Associação Brasileira de Medicina Antroposofica, 2007.

Oliveira, Fernando de. Akisue, Gokithi. Fundamentos de farmacobotânica: São Paulo: 2ª Ed. Editora Atheneu, 2005.

Simões, Claudia M. O.; Guerra, Miguel Pedro. [et al.]. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5ª Edição. Porto Alegre: Florianópolis: Editora da UFRG/UFSC, 2004.

Souza, Cynthia Domingues de; Felfili, Jeanine Maria. Uso de plantas medicinais na região de Alto Paraíso de Goiás, GO, Brasil: 2006, Versão eletrônica do artigo disponível em www.scielo.br/abb, acesso dia 18/10/2007.

Silva, Suelma Ribeiro. Plantas medicinais do Brasil: aspectos gerais sobre legislação e Comércio. http://www.semarh.df.gov.br/ Acesso 01/08/2007.

Siqueira, Josafá C.; Pirenópolis identidade cultural e biodiversidade: Rio de Janeiro: Editora Loyola, 2004.

domingo, 15 de maio de 2011

Cravo de defunto: Para tratamento de Dengue.

Cravo de defunto:
Para tratamento de Dengue.
Nomes populares: botões-de-solteirão, cravo, cravo-francês, rosa-da-índia, tagetes e tagetes-anão. French marigold (inglês), clavel de índias (espanhol), marigold (francês), tagete (italiano).
Constituintes químicos: carotenóides, cineol, linalol, carvona, ocimeno, dextra-limoneno, fenol, anetol, eugenol, quercetagetina.
Propriedades medicinais: analgésica, aperitiva, antiespasmódica, anti-reumática, antitussígena, imunoestimulante, laxativa, peitoral, pesticida natural, purgativa, sudorífera, vermífuga.
Indicações: acne, aliviar problemas pancreáticos e de ouvido, angina, aumentar a resistência imunológica, autismo, bronquite, cólicas uterinas, crianças com deficiência mental, espantar insetos (pulgões, formigas, pernilongos), espasmo, furúnculo, dores reumáticas, melhorar o apetite, prisão de ventre, problemas de aprendizagem, resfriado, reumatismo, sudorífico, tosse, vermes e DENGUE.
Obs.: usado como floral: em choques emocionais, traumas, mágoas, debilidades sensoriais.
Parte utilizada: folhas, flores.
Contra-indicações/cuidados: não há registro.
Efeitos colaterais: não há registro.
Modo de usar para dengue: faça um chá, fervendo durante dois minutos cerca de 20 galhos em meio litro d´água. Tome morno, um copo pequeno (não tem gosto algum), a cada hora.

A Nova Medicina

A Nova Medicina
A conexão mente-corpo
A Terapia Psico-somático (psyche = mente; soma = corpo) teoriza que existem fatores emocionais e psicológicos envolvidos no início e na cura do câncer e outras doenças.
Um dos estudos mais recentes na terapia do cancro psicossomática vem da Alemanha. Nos últimos 10 anos, o médico e cirurgião de câncer Ryke Geerd Hamer analisou 20.000 pacientes com câncer e todos os tipos de doenças.
Ele notou que todos os doentes oncológicos pareciam ter algo em comum: não tinham resolvido algum tipo de conflito psico-emocional antes do início de sua doença, existia um conflito que nunca tinha sido totalmente resolvido.
Depois de ter analisado 20 mil pacientes de câncer, de todos os tipos, o Dr. Hamer trouxe algumas informações revolucionárias. Radiografias do cérebro feitas por ele mostrou em todos os casos uma "nuvem negra" em algum lugar no cérebro. Essas manchas escuras seria exatamente no mesmo lugar no cérebro para os mesmos tipos de câncer. Houve também uma correlação de 100% entre o ponto negro no cérebro, a localização do câncer e o tipo específico de conflito não resolvido.
Com base nestes resultados, o Dr. Hamer sugere que, quando estamos em um conflito estressante, que não é resolvido, o reflexo do centro emocional do cérebro que corresponde à emoção experimentada (por exemplo, frustração, raiva ou tristeza), vai lentamente se quebrar para baixo. Cada um destes centros emocionais estão ligados a um órgão específico. Quando um centro se quebra, ele vai iniciar o envio de informações erradas para o órgão que controla, resultando na formação de células deformadas nos tecidos: as células cancerosas.
Radiografias do cérebro feitas pelo Dr. Hamer mostraram em todos os casos uma "nuvem negra" em algum lugar no cérebro. Essas manchas escuras seria exatamente no mesmo lugar no cérebro para os mesmos tipos de câncer. Houve também uma correlação de 100% entre o ponto negro no cérebro, a localização do câncer e ao tipo específico de conflito não resolvido.
Seu entendimento é de que pacientes com câncer parecem ser pessoas que não sabem como compartilhar seus pensamentos, emoções, medos e alegrias com outras pessoas. Ele chama isso de "isolamento psico-emocional" Essas pessoas tendem a esconder a tristeza e dor por trás de uma cara brava e evitam o conflito aberto. Alguns nem sequer estão conscientes de suas emoções e, portanto, não só isolados das outras pessoas, mas também de si mesmos. Se vivermos nossa vida em isolamento emocional, os nossos centros emocionais estarão sob stress constante. Se a isso acrescentarmos um grande conflito que não somos capazes de resolver, e que não pode mesmo ser muito consciente, em seguida, os centros emocionais do cérebro estão em perigo de quebrar.
Dr. Hamer propôs usar a psicoterapia, como parte importante do processo de cura e descobriu que quando o conflito específico foi resolvido, o câncer imediatamente parou de crescer em um nível celular. A mancha escura no cérebro começou a desaparecer. O raios-X do cérebro agora mostrou um edema de cura em torno do centro emocional danificado como o tecido do cérebro começou a reparar o ponto afetado. Houve mais uma vez a comunicação normal entre o cérebro e o corpo. Um edema de cura similar poderia também ser visto em torno do câncer dos tecidos inativos agora. Eventualmente, o câncer seria encapsulado, descarregado ou tratado pela ação natural do corpo. Os tecidos doentes desapareceriam e o tecido normal, então, aparece novamente.

Fontes: http://www.newmedicine.ca/
http://www.germannewmedicine.ca/

segunda-feira, 25 de abril de 2011

PLANTAS CALMANTES RELAXANTES E TÔNICAS


Plantas calmantes, relaxantes e tônicas.
1. Acariçoba Hydrocotyle umbellata L. Família: Apiaceae.
Composição quimica: resinas, taninos, alcalóides (hidrocotilina), glicosideos, bramosideos, braminosideos, estigmasterol.
Propriedades medicinais: calmante, diurérico, hipotensor, tônico cerebral, aperiente, diurética, desobstruente dos rins, emética (em dose elevada), tônica.
Indicações terapêuticas: a raiz é usado para afecções do baço, fígado e intestino, diarréia, hidropisia, reumatismo, sífilis, distonia do sistema nervoso. Estresse, estafa, irritabilidade, insônia, dificuldade de concentração e memorização, anemia, emagrecimento, baixa imunidade, desgaste psico-fisico, envelhecimento precoce, queda de cabelos, ansiedade, hipertensão, eczemas, úlceras, sardas, bolhas, psoriases.
Toxicologia: Em doses elevadas pode causar tonturas, cefaléia, desmaio, náusea, vomito, agravamento dos sintomas da pele. Há controvérsias pois alguns autores falam em não usar a folha crua e só a raiz, outros sugerem o uso das folhas como hortaliça.
Formas de uso: chá por infusão 3 a 4 folhas grandes para 1 litro de água. Folhas verdes usar em saladas com outras hortaliças. Cataplasma de folhas verdes trituradas aplicar sobre a pele em casos de manchas e sardas.

2. Buriti Mauritia flexuosa L. f.
Caracteristicas: Palmeira das veredas com ate 30 metros de altura, com folhas longas espalmadas, frutos encontram-se em cachos grandes, Os pecíolos (talos) e a palha de suas folhas são muito utilizados na cobertura de casas e ranchos, bem como no artesanato regional, para a confecção de cestos e móveis. Produz anualmente grande quantidade de frutos, que podem ser consumidos ao natural, na forma de sucos, sorvetes, doces ou desidratados. Os frutos integram a dieta de mamíferos como a cutia, a capivara e a anta, e de aves como a arara.
Propriedades medicinais: O óleo extraído da polpa dos frutos é energético e vermífugo. Rico em pró-vitamina A (500 000 UI), com índice de 300mg/100g.
Indicações terapêuticas: Queimaduras na pele, provocando alívio imediato e auxiliando na cicatrização. O óleo absorve radiações no espectro ultra-violeta, sendo um eficiente filtro solar Tem sido empregado recentemente pela indústria cosmética entrando na composição de sabonetes, cremes e xampus.
Forma de uso: Aplicação tópica do óleo em forma de massagens, consumo da polpa na forma de doces e geléias.

3. Carapia Dorstenia brasiliensis Lam Morácea
Características: erva rasteira, com rizoma, 15 a 25 cm de altura, folha simples com pecíolo, reniformes.
Propriedades medicinais: Analgésica, antiinflamatória, diaforética, digestiva, diurética, emenagoga, febrífuga, purgativa, tônica, estimulante, estomaquica, anti-anêmico, anti-colicas, pulmonar, anti-diarreica, aromática, amarga, antiofidica.
Indicações terapêuticas: Bronquites, asma, afecções e cólicas uterinas, dismenorreia, amenorréia, cistite, dermatoses, picadas de cobras, febre, febre tifóide, infecções e atonia digestivas, gastrite, regeneração de fraturas (associada ao taiuiá).
Composição química: Taninos, dorstenina, caapina, acido dorstenico, furocumarinas, psoraleno.
Formas de uso: As raízes e rizomas são usadas internamente na forma de decocção, na quantidade de 1 colher de sopa para ½ litro de água fervidos por 10 minutos. Pode-se usar as raízes frescas ou secas. A dose diária e de ½ a 1 litro de chá por dia. Nas picadas e quebraduras usa-se a compressa da planta fresca sobre a região afetada, em conjunto com o uso do chá internamente. A raiz seca, moída e misturada com o tabaco para amenizar os efeitos deste e deixar o cigarro aromático.

4. Colônia Alpinia zerumbet Burtt. & smith Alpinia speciosa Schum.
Propriedades medicinais: antiofídica, estomáquica, vermifuga, antiespasmódica, digestiva, anti-reumática, antiemética, antidiarréica, hipotensor, relaxante da musculatura lisa, ornamental.
Indicações terapêuticas: diarréias, náuseas, vômitos, digestão lenta, alivia cólicas em geral, febres, vermes intestinais, reumatismo, artrites, picadas de jararaca, hipertensão leve, ação semelhante à kava kava.
Formas de uso: chá por infusão ou decocção usar 1 a 6 g de folhas frescas ou secas, para 1 litro de água.. Beber 3 xícara por dia.
Toxidade: em doses elevadas.

5. Cipó mil-homens Aristolochia cymbifera Mart. & Zucc. Aristolochiaceae
Características: planta trepadeira, folhas simples em forma de coração de 12 a 20 cm de comprimento, flores em forma de papo de peru, de cor arroxeada.
Composição química: diterpenos, sesquiterpenos, biflavonas, chalconas-flavonas, tetraflavonoides.
Propriedades medicinais: diurética, sedativa, estomáquica, anti-séptica, diaforética, emenagoga, hepática, amarga, tônica, aperiente, antiofídica.
Indicações terapêuticas: asma, febre, dispepsia, diarréia pesada, gota, hidropisia, convulções, epilepsia, palpitações, flatulência, prurido, eczema, anorexia, distúrbios digestivos, prisão de ventre, indigestão, inapetência, dor de estômago, caspa e orquite (uso externo), amenorréia, clorose, afecções hepáticas, renais, baço, TPM, anemia, micose, sarna.
Formas de uso: usar a decocção de 1 colher média de ramos secos para ½ litro de água, ingerir 2 xícaras ao dia.
Toxidade: abortiva, contra indicada para pacientes cardíacos, pode causar efeitos colaterais variados.

6. Erva moura Solanum nigrum, Solanum americanum Mill. Família Solanáceas.
Composição quimica: acetilcolina, saponinas, glicoalcalóides esteroidais solasonina, solamargina, solanina, demisina, atropina.
Propriedades medicinais: analgésica, sedativa, narcótica leve, antiespasmódico, emético, antiofidico, expectorante, anafrodisiaca, diurética, emoliente, depurativa, vermifuga, cicatrizante.
Indicações terapêuticas: excitação nervosa, cólicas, nevralgias, afecções urinárias, gastralgia, espasmos da bexiga, dores articulares, metrites, vaginites, leucorréia, queimaduras, psoriase, eczemas, úlceras, dartos, feridas, furúnculos, contusões e feridas, irrigações ou cataplasmas, convulsões, coriza, calafrios, meningite, tetania, asma, tosse espasmódica e escarlatina.
Formas de uso: chá das folhas em decocção para uso interno, secar as folhas na sombra por 3 dias. Usar 1 colher de ervas para ½ litro de água. Aplicar banhos externamente.
Toxicologia: As folhas cruas e os frutos verdes são tóxicos e causam depressão do sistema nervoso central.

7. Jatobá Hymenaea courbaril L. - Leguminosa- Caesalpinioidae
Caracteristicas: árvore grande 15 a 20 m de altura, diâmetro do tronco pode chegar a 1 metro, folhas compostas, bifoliadas, com folíolos coriáceos de 6 a 14 cm, frutos são vagens de 6 a 15 cm, de cor marrom, contêm as sementes e uma polpa farinácea, adocicada e aromática.
Propriedades medicinais: carminativa, sedativa, adstringente, tônica, fortificante, anti-fúngicos, anti-bacterianos, antiinflamatório, pulmonar, expectorante, anti-anêmico, descongestionante, neuro-tônico,.
Indicações terapêuticas: tosse, bronquite, asma, gripe, catarro, sinusite, pneumonia, fraqueza estomacal, hepatite, fungos, diarréia, dispepsia, desinteria, fadiga, intestino preso, afecções de bexiga, cistite, bursite, artrite, prostatite, hemorragias, anemia, leucemia, depressão, estresse, esgotamento físico, falta de memória, AVC, sedativo arterial para hemoptise e hematúria .
Composição química: Terpenos e fenólicos.
Formas de uso: A seiva do jatobá é usada na dose de 1 cálice 2 a 3 vezes por dia. A entrecasca do tronco e raízes são usadas na forma de decocção 3 colheres para 1 litro de água ferver por 10 minutos, beber em 4 vezes, as folhas são usadas na forma de infusão, beber ½ a 1 litro por dia, para distúrbios urinários. A resina e a casca dos frutos são usados em decocção para afecções respiratórias. A polpa do fruto é comestível, pode ser consumida em forma de leite em pó, depois de pilada e moída e peneirada. Esta pode ser acrescentada em pães e bolos.
8.Lixeira Curatella americana L. Família Dilleniaceae Caracteristicas: árvore de baixo porte, folhas muito duras e ásperas. Na época das chuvas apresenta um tom verde claro na folhas novas. Composição química: taninos, triterpenóides, catequinas, acido ursólico e acido betulinico. Propriedades medicinais: adstringente, anti-séptico, antiinflamatório, analgésico, cicatrizante, anti-anêmica. Indicações terapêuticas: inflamações, úlceras, artrite, diabete, pressão alta, tosse, bronquite, gripe, dor de estômago, dor muscular, inflamação ginecológica, diabete, câncer, resfriado, feridas, aftas, enxaqueca, sinusite, anemia (sumo das folhas). Formas de uso: chá por infusão das folhas e resina, dose de 10 gramas para 1 litro de água, beber 2 a 3 xícaras ao dia. As flores são usadas em infusão para problemas respiratórios. A casca em decocção é usada para banhar e lavar as feridas.
9.Lobeira Solanum lycocarpum St.Hill. Solanaceae, Caracteristicas: Arvoreta com até 4m de altura, floresce o ano todo e frutifica de março a julho, possui um fruto redondo, esverdeado, com 10 a 15 cm de diâmetro, semelhante a um tomate, quando maduro exala um aroma adocicado, lembrando framboesa. Serve de alimento principal ao lobo guará.
Composição Química: Solamargina, solasonina, açucares, pectina.
Propriedades medicinais: diurética, calmante, anti-espasmódica, antiofidica, anti-epileptica, hipoglicemiante. Indicações terapêuticas: afecções urinárias, cólicas abdominais e renais, espasmos, epilepsia, excitação nervosa, diabetes (polvilho), verrugas (suco do fruto), atrofia de tecidos (fruto), o polvilho é usado na indústria farmacêutica para produção de anticoncepcionais, colesterol, picadas de cobras, hepatite, hemorróidas internas, afecções das vias respiratórias (flores). Flores são calmantes e tônico cardíaco. Formas de uso: O pó ou polvilho, extraído dos frutos verdes, é utilizado em tratamentos contra diabetes e colesterol, usar 1 colher de café 2 a 4 x ao dia com água. As folhas são usadas na forma de decocção, 3 colheres de sopa de erva para 1 litro de água, beber 3 a 5 xicaras ao dia. As flores são usadas em infusão, internamente, os frutos assados são colocados quentes sobre os tecidos lesionados. Da casca da fruta, meio verde é extraído o suco contra picadas de cobras. As raizes são usadas em decocção para hepatite.
Toxicologia: apresenta efeito tóxico sobre aparelho ginecológico masculino (pó do fruto). Tóxica para o gado

10.Macela Achyrocline satureioides (Lam.) D.C., Compositae. Composição quimica: flavonóides, sesquiterpenos, mono terpenos. Propriedades medicinais: diuréticas, antiespasmódica, antiflamatórias, sedativas e bactericidas, dores de cabeça, cólicas abdominais, diarréias, má-digestão, flatulência, cistite, nefrite, acidez estomacal e tosses espasmódicas. Indicações terapêuticas: disfunções gástricas e digestivas, fígado, pâncreas, colite, vesícula, inapetência, desinterias, distúrbios menstruais, náuseas, vômitos, sedativo, analgésico. Auxilia na diminuição do colesterol e até mesmo da agregação plaquetária.
Atividade in vitro demonstrada com propriedades anti viróticas, contra celulas infectadas contra virus de HIV. Forma de Uso: Preparar chá por infusão, utilizar duas colheres de sopa de macela para um litro de água fervente, sem adoçantes. No caso uso prolongado, a cada 20 dias, deve-se abster por quatro dias, a fim de permitir-se ao organismo repousar e desacostumar. Para crianças deve-ser administrar, chás mais fracos. Chá quente de macela, diluído em uma gemada, para curar ou aliviar tosses espasmódicas ou catarrais, promovendo a expectoração e expulsando o muco catarral. Chá quente ou frio para dor de cabeça ou estomacal, deixar por cinco minutos em infusão 4 ou 5 florzinhas de macela por xícara. Fazer o infuso de macela e aplicar em compressa de 3 a 4 vezes ao dia para combater a conjuntivite ou outras inflamações dos olhos.
11.Mangaba Hancornia speciosa Gomez família: Apocynaceae Caracteristicas: árvore de pequeno porte até 4m de altura, folhas opostas, simples, ovais e lanceoladas, coriaceas, flores alvas e depois rosáceas, frutos comestíveis, a planta toda contêm látex e aroma característico, usada em sucos e sorvetes. Propriedades medicinais: hepática, anti-cólicas, purgante, tônico pulmonar, cicatrizante, bactericida, depurativo do sangue, fruto maduro contêm vitamina C. Indicações terapêuticas: cólica menstrual, afecções pulmonares, bronquite, asma, tuberculose, afecções hepáticas, dermatoses, herpes, luxações, cãibras, estomáquicos, gripe (folhas), látex e folhas combatem diabete, obesidade, abscessos internos, corrimento vaginal, (raiz e casca), verrugas. Formas de uso: casca e folhas são usadas em decocção para uso interno e para banhos externamente. O látex é usado internamente 1 colher de sopa 2 a 3 x ao dia. Toxicologia: fruto verde é tóxico.
12. Mentrasto Ageratum conyzoides L. Família: Compositae.
Composição química: óleo essencial beta cariofileno, ácidos graxos, esteróis, quercitina, campferol, ácido caféico, fumárico, flavonas, cromenos, lignanas, alcalóides pirrolizidinicos.
Propriedades medicinais: anti-reumática, depurativa, calmante, calmante cardíaco, analgésico, anti-diarréico, febrífuga, antiinflamatória, carminativa, emanagogo, tônica, aperiente, onirico.
Indicações terapêuticas: resfriados, gripes, febre, dores, cólicas menstruais e uterinas, amenorréia, gonorréia, cistite crônica, gases, má digestão, reumatismo, artrose, excitação nervosa, relaxante muscular, dor de cabeça, depressão estresse.
Formas de uso: Infusão, usar uma colher sopa da planta seca picada em 1/2 L de água, tomar 1 xícara. de chá de 4 em 4 horas. Tintura: 30 gotas ao dia ou aplicar em massagens locais. Pó: colocar 1 colher de café do pó em água ou suco de frutas para cada dose, tomar 3 a 4 vezes ao dia. Decocção para uso externo: da planta inteira, despejar o chá morno numa vasilha, colocar os pés ou mãos dentro durante 20 minutos, 2 vezes ao dia, na forma de compressas, 2 vezes ao dia.
Toxidade: as flores podem causar intoxicação ou sensibilidade, tóxico para gado novo.
Floral: a essência Ageratum ajuda a se "desintoxicar" de toxinas psíquicas. Indicada para aqueles que querem reforçar vínculos com os níveis superiores do ser e que estão em busca de progresso moral e espiritual. Facilita o trânsito consciente-inconsciente, útil para aumentar compreensão dos sonhos.
13. Mulungu Erythrina vellutina, Erythrina mulungu
Composição quimica: Alcalóides, eritrina ou eritrocoraloidina( erisopina, erisodina, eritramina, eritratina), glicosídio análogo à saponina, migurrina.
Propriedades medicinais: calmante, hipnótico e sedativo.
Indicações terapêuticas: calmante de ação suave sobre o sistema nervoso, combate histeria, agitação, insônia, irritação, dores reumáticas, artrite, nas afecções hepáticas e do baço, febres intermitentes, nevralgias crônicas, tosse, bronquites, asma, coqueluche.
Ação farmacológica: os alcalóides atuam sobre o sistema nervoso central, causando bloqueio neuro muscular e relaxamento tissular.
Formas de uso: chá por infusão ou decocção: 1 colher de sopa de ervas para ½ litro de água. Beber 2 a 3 xicaras ao dia. Tintura: de 5 a 20 ml por dia. Decocção: usar em banhos calmantes.
Toxicidade: As semente são tóxicas. Contra indicada para cardíacos.

14. Mutamba Guaziuma ulmifolia Lam. Sterculiaceae
Caracteristicas: Árvore de altura média 8 a 15metros, folhas simples, estreladas, frutos lenhosos, arredondados, pretos, adocicados.
Propriedades medicinais: adstringente, depurativo, cardiotônico, hipotensor, relaxante muscular, estimulante uterino, bactericida, anti-fúgico, tônico capilar, diaforético, laxante, purgativo .
Indicações terapêuticas: tosse, bronquite, asma, pneumonia, resfriados, febres, afecções hepáticas, queda de cabelo, diarréia, seborréia, caspa, desinteria, hemorróidas, afecções da próstata, facilitador do parto, dores gastrointestinais, afecções renais, sífilis, elefantíase, emagrecimento.
Formas de uso: as folhas, a entre casca, as raízes e os frutos são usadas em decocção para uso interno 1 a 3 colheres da planta frescas ou secas para 1 litro de água, beber 4 xícaras ao dia. A casca deixada de molho em uma bacia de água desprende uma mucilagem que pode ser passada no cabelo e no corpo atuando como um creme hidratante.

15. Negramina Siparuna guianesis Aubl. Monimiaceae
Caracteristicas: arbusto com até 3 m de altura, folhas simples, membranacea, serrilhada nas bordas, aromática.
Propriedades medicinais: anti-reumática, abortivo, estimulante, carminativo, aromático, febrífugo, diurético, vulnerário, hipotensivo, antiinflamatório,
Indicações terapêuticas: dor de cabeça, espasmo muscular, gripes, edemas, auxiliar do parto, dores reumáticas, febre amarela, nevralgias, epidemias, engurgitamento do fígado, impotência.
Formas de uso: as folhas são usadas em decocção para banhos externos, usar 2 a 3 colheres de folhas verdes ou secas para 1 litro de água. O banho deve ser realizado com a água morna e não quente, em ambiente fechado. O uso interno é administrado em pequenas quantidades, de acordo com o uso tradicional dos índios. Ex.10g de planta para 1 litro de água. Beber 3 a 4 xícaras ao dia.

16. Paratudo Gomphrena officinalis Martius Amaranthaceae
Caracteristicas: erva ereta, folhas simples, opostas, revestida por pelos, flores pequenas alaranjadas, com inflorescência em capítulos.
Propriedades medicinais: anti-febrífuga, anti-diarréica, tônica, excitante, carminativa, amarga, emenagoga, aromática.
Indicações terapêuticas: fraqueza do estômago, indigestão, convalescença, colite, enterite, fraqueza geral, febre intermitente, febre amarela, febre intestinal, menstruação irregular, febre, asma, pneumonia, bronquite, picada de cobra.
Formas de uso: as raízes são usadas em decocção, 2 a 3 colheres de sopa de erva para 1 litro de água, beber 3 a 4 xícaras ao dia. As folhas são usadas em infusão na mesma dose. Composição Química: saponinas, ecdisterona, substância encotrada na pffafia ( ginseng brasileiro).

17. Pau santo Kielmeyera coriacea Mart. - Guttiferae
Caracteristicas: árvore com até 5 metros de altura, tronco corticoso, folhas simples, alternas, espiraladas, coriáceas, verde azuladas, frutos deiscentes, 3 sutura, com septo central, sementes aladas.
Propriedades medicinais: emoliente, tônico, fornece corante, analgésico, antiinflamatório, anti-diarréico, vermifuga, depurativa.
Indicações terapêuticas: tumores, dor de dente, infecções, feridas antigas, gânglios e nódulos linfáticos.
Formas de uso: prepara-se a infusão das folhas ou casca para ser usada em banhos externos e bochechos, a resina também é usada. O pó da entre casca é aplicado sobre feridas.

18. Pé de perdiz Cróton antisyphiliticus Martius - Euforbiácea
Caracteristicas: erva de folhas alternas, pecíolo curto, denteada, flores em espigas no ápice, folhas de coloração amarelada. Cristal da serra.
Propriedades medicinais: depurativa, diurética, antiinflamatória, emoliente, resolutiva, tônica, estimulante, sudorifica, anti-reumática, anti-sifilítica, cicatrizante,
Indicações terapêuticas: dermatoses do tipo, urticárias, úlceras, manchas, erupções, furúnculos, doenças venéreas, sífilis, blenorragia, cancros, picadas de cobras, afecções urinarias, útero, ovário, trompas, reumatismo, desinteria, rins, estômago, gânglios e tumores nas articulações, câncer de pele.
Formas de uso: usar as folhas e principalmente as raízes em decocção 1 a 3 colheres de erva para 1 litro de água ferver por 10 minutos, beber 3 a 4 xícaras por dia. Pode-se usar a mesma decocção para banhar ferimentos externamente. Entra na composição de garrafadas medicinais em conjunto com outras ervas.

19. Pequi Caryocar brasiliense Cambess Caryocaraceae
Caracteristicas: árvore que habita cerrados e cerradões, possui ramos grossos normalmente tortuosos, casca cinzenta folhas são compostas, trifolioladas; opostas, os folíolos podem medir até 20 cm de comprimento e são recobertos por densa pilosidade, suas flores de até 8 cm de diâmetro, são hermafroditas, esbranquiçadas, com numerosos e vistosos estames (masculinos). O pequizeiro é uma árvore de múltiplos valores: ecológico, cultural, gastronômico, medicinal, econômico.
Propriedades medicinais: tônico, fortificante, afrodisíaco, peitoral, cicatrizante, aromático, antiinflamatório, diurético, anti-febrifugo, anti-reumático.
Indicações terapêuticas: asma, bronquite, coqueluche, gripe, resfriados, dor de garganta, febres, reumatismo e inchaços de machucaduras, afecções de fígado, baço e pancreas (folhas), facilita o parto (folhas) em banho de assento.
Formas de uso: o óleo da castanha é usado na comida, os caroços são preparados cozidos e consumidos na refeição. Deixar ferver 15-20 caroços de pequi, escorrer a água até os caroços secarem. Colocar em um frasco de vidro e completar com óleo vegetal quente. Utilizar o óleo 2x ao dia nas principais refeições ou dissolver 1 colher do óleo em 1 colher de mel, tomar 2x ao dia. Deixar por vários dias 15-20 caroços na cachaça. Tomar 2 colheres de sopa ao dia, como afrodisíaco. O caroço possui espinhos no centro e deve ser consumido com cautela, evitar morder, pois os espinhos perfuram a língua e só saem com pinça. Banhos de assento com as folhas. Chá das folhas desidratadas dose 5 a 10 g para 1 litro de água. Beber 3 xícaras ao dia.
Toxidade: a raiz é tóxica, usado em pescarias. O pó da entre casca pode causar alergias e coceiras.

20. Vergateza Clitoria guianensis Benth. Fabaceae Anemopaegma mirandum Cham D.C.
Caracteristicas: erva do campo com até 50cm de altura, folhas apresentam-se trifoliadas como três dedos, raízes compridas.
Propriedades medicinais: afrodisíaco feminino e masculino, diurético, antiinflamatória, estimulante de nervos e músculos, aperiente.
Indicações terapêuticas: impotência, afecções de útero, cistites, uretrites, esgotamento, fraqueza, memória fraca, concentração, neurastenia, sono agitado, fadiga, doença prolongada, convalescença, instabilidade emocional, ansiedade.
Formas de uso: usa-se a raiz na forma de decocção ou garrafada. Usar 3 a 4 colheres de raízes, secas e trituradas, para 1 litro de água, ferver 10 minutos. Beber 4 xícaras ao dia.


Bibliografia:

Acharan, M. L.; Medicina natural ao alcance de todos, Ed. Hemus, São Paulo, 1979.
Balbach, Afonso; As plantas curam, Ed. Missionária, São Paulo.
Botsaris, Alexandros Spyros; Fórmulas mágicas, 4 edição, Editora Nova era, Rio de janeiro, 2006.
Brüning, Jaime; A saúde brota da natureza, Ed. Educa, Curitiba, 1990.
Campos, José Maria; Caribe, José; Plantas que ajudam o homem, Editora cultrix/pensamento, São Paulo, 1991.
Conceição, Moacir; As plantas medicinais do ano 2000, editora Tao, Brasília, 1980.
Farmacopéia popular do cerrado; vários autores, realização Articulação Pacari, 1 edição, Goiás Go, 2009.
Lopes, José; Natureza e saúde, Editora Walt Disney, Anápolis, 1993.
Lorenzi, Harri; Matos, F, J, Abreu; Plantas medicinais no Brasil, Instituto plantarum, Nova Odessa, SP 2002.
Loris, Edviges (coord); Plantas medicinais do cerrado perspectivas comunitárias para a saúde, o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, Fimes, Mineiros 1999.
Matos, F, J, Abreu; Plantas medicinais guia de seleção e emprego de plantas medicinais
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Pires, Mauro O. Cerrado sociedade e biodiversidade, Plantas medicinais do cerrado perspectivas comunitárias para a saúde, o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, Fimes, Mineiros 1999.
Plantas que curam; Editora Três, São Paulo, 1993.
Silva Junior, Manoel Cláudio; 100 árvores do cerrado, rede de sementes do cerrado, Brasília, 2005.
Silvério, João Pedro; Manual de fitoterapia e plantas medicinais úteis, RBS gráfica editora, Brasília, 2008.


Autor:Wellington Lee Schetinger
Farmacêutico Acupunturista Fitoterapêuta

INTRODUÇÃO A FITOTERAPIA

1.1 Manipulações principais

1.1 Chás: pode-se preparar por infusão, decocção ou maceração.

1.2 Infusão: é quando colocamos as ervas em contato com a água fervente. É Indicado para folhas e flores, podendo-se despejar a água fervente sobre as plantas provocando uma escaldação ou coloca-se as ervas dentro da chaleira quando esta começar a ferver e desliga-se o fogo. Não se recomenda colocar as ervas aromáticas na água fria para ir ao fogo pois os princípios ativos volatizam e o chá fica com gosto de lavado; após 20 minutos de infusão coa-se e o chá esta pronto para beber. A quantidade de erva usada será de 3 a 4 punhados por litro de água ou 10 a 50g por L/d'àgua para ervas verdes e de 10 a 20g de ervas secas por L/d'àgua.

1.3 Decocção: as plantas são colocadas na água fria e levadas ao fogo para ferver de 5 a 15 minutos ou mais para em seguida deixar descansar e.beber após ser coado. É indicado para plantas com partes duras como raízes, cascas, sementes, frutos etc. São plantas que não tem problemas de volatizar os óleos aromáticos e que necessitam ferver para liberar ' seus princípios ativos. A dosagem é 10 a 20g para cada litro d’água se for em pó seco ou de 30 a 50g se for planta in natura para cada litro d'àgua, ou ainda 3 a 5 pedaços de 1 palmo mais ou menos p/l L/d 'àgua.
Sendo que para o uso externo prepara-se um chá de até 3 vezes mais forte do que o de uso interno.
Quando preparamos um chá composto que contém raízes, folhas e flores devem-se primeiro preparar a decocção ou fervura das raízes quando a água parou a fervura adiciona-se as folhas e por último entram as flores que são as mais sensíveis. Deixar descansar coar e beber. Nunca se deve adoçar um chá medicinal com açúcar, seja branco ou mascavo, pois ficam alteradas as propriedades e o organismo não assimilará adequadamente. Somente o chá pulmonar pode ser adoçado com mel de modo a complementar as propriedades.

1.4 Maceração: é uma preparação a frio onde se colocam as planta indicadas de molho na água e deixa-se descansar pode ser 1 hora, 3 ou 4 horas, ou 12 horas até 24 horas.
É indicado para raízes amargas, cascas, folhas sensíveis que soltam as propriedades sem necessitar o aquecimento evitando perder o medicamento. Usa-se para pétalas de flores, rosas, frutos, de preferência as plantas verdes recém colhidas, machucadas, e adicionadas em água natural, mineral ou filtrada. A dosagem é 0,5 a 1.0g por copo de água ou 1 punhado pequeno por cada copo. Muitas plantas tóxicas necessitam dessa preparação para diminuir a toxidade.

1.5 Suco verde: é a forma de assimilação mais importante que conhecemos, sendo considerado o ELIXIR DA LONGA VIDA. O suco verde é feito na hora com plantas frescas colhidas na horta e no herbário. Usam-se as plantas indicadas para o problema que vamos tratar. Pode ser digestivo, pulmonar, vermes, anemia, depurativo ou qualquer outro. Misturam-se verduras ou hortaliças como couve, almeirão, salsa agrião, espinafre com as ervas medicinais do tipo, hortelã, poejo, tanchagem, alfavaca e qualquer outra e mais a folha da batata doce que contém o substrato especial para o suco verde. Depois de colhidas e lavadas bate-se no liquidificador ou num pilão de madeira até extrair o sumo adiciona-se água natural, coa-se e bebe-se 1 copo de manhã em jejum. Pode-se temperar com mel e limão o qual auxilia a assimilação do ferro e outros minerais. A importância do suco verde está na semelhança das cadeias moleculares da clorofila vegetal com a hemoglobina do sangue e por isso a sua assimilação pelo organismo se dá por via direta sem desgaste de energia, purificando, rejuvenescendo e curando todas as nossas enfermidades além de conter a cor verde que é a manifestação da cura em todos os planos de energia. O segredo está em usar as plantas que dispomos em nosso quintal que são as que com certeza necessitamos para nos curar. Pois a planta que nasce na nossa porta e o remédio que a mãe natureza esta nos doando com amor.

1.6 Tinturas: são extratos de ervas que preparados usando-se por base o álcool de cereais se for para o uso interno ou álcool comum para o uso externo. Pegam-se as planta indicadas, pode ser folhas, flores, casca ou raízes, pode também ser verde ou seca e coloca-se em um vidro até a borda e em seguida adiciona-se o álcool até cobrir tudo se fecha com uma tampa hermética para evitar a evaporação do álcool, após 15 dias estará pronto para ser usado, não necessita ser coado permitindo que a extração continue indeterminadamente. Somente coa-se quando for passado a outro recipiente, com conta gotas para ser usado por um paciente. A dosagem para adultos é 15 a 20 gotas e para crianças é 5 a 10 gotas, uma a três vezes por dia. É recomendado o uso quando se quer que os seus princípios ativos atinjam o mais rápido possível o órgão afetado, pois a absorção da tintura se dá imediatamente nas mucosas da boca passando à corrente sanguínea. É importante a etiquetação com nome, data e propriedades. Todas as plantas que cultivamos deveriam ter tinturas para que na época que a planta não esteje disponível tenhamos a tintura para usar.

1.7 Garrafadas: são técnicas antigas dos raizeiros do interior; consiste em deixar as ervas em maceração em um vinho de boa qualidade, branco ou tinto preferencialmente seco. Usam-se raízes, talos, cascas e também folhas, flores e frutos, sempre bem machucados adicionados dentro da garrafa de vinho. É muito indicado para extração de princípios ativos das plantas do tipo: velame, perdiz, carobinha, quina etc. o tempo de maceração é de no mínimo um semana a 15 dias se adicionar mais vinho se a primeira garrafa acabar logo. As garrafadas mais comuns são depurativas do sangue, aperiente, reumatismo, problemas sexuais, contra anemia etc. Podem-se fazer garrafadas com conhaque ou pinga. A dosagem da garrafada de vinho é 1 a 2 cálices por dia.

1.8 Banhos de ervas: Os banhos de ervas são usados para banhar o corpo inteiro e trazem consigo energia de limpeza e purificação, devolvendo a lucidez e livrando do estresse produzido por preocupações e atividades do dia-dia. As ervas possuem propriedades mágicas, espíritos vegetais fortes que tem o poder de libertar das energias negativas, dores e sofrimentos. Os banhos podem ser de limpeza ou descarrego e de proteção. Os banhos de descarrego são indicados para casos de vícios fortes embriagues, jogo, dores de cabeça e doenças sem causas e explicações aparentes. Para acelerar o efeito dos banhos deve-se usar sal grosso, não é recomendado para crianças. Após o banho deve-se lavar o chão para limpar o ambiente. A preparação do banho é a seguinte. Em uma panela grande com tampa, coloca-se no fogo e adicionam-se em seguida as plantas escolhidas, no momento que começar a fervura deve-se mexer bem e retirar do fogo para realizar a infusão durante 20 minutos. Após isso realizar o banho diluindo com água fria até alcançar uma temperatura suportável, com uma caneca ou cuia, vai se despejando em todos os órgãos do corpo e se regozijando para relaxar e descarregaras tensões. Pode-se preparar também um banho a frio machucando-se as folhas das plantas em uma bacia de água até que fique a essência na água, quando estará pronto para se usar. Deve-se lembrar que todo banho é também um batismo, que vai lavar o corpo e a alma e rejuvenescer nosso ser.
Palestra sobre Qualidade de Vida

O que é qualidade de vida?
È ter saúde e Alegria. Ter bons pensamentos, boa memória, disposição, corpo ágil, poder trabalhar, amar e muito mais.

Qualidade de vida é: ter casa, morar bem, ter amigos, ter dinheiro, ter saúde, família, filhos, netos, cachorro, gato e muito mais.

Saúde é o que importa! Como ter saúde?
Os 10 mandamentos da saúde:
• Respirar ar puro.
• Fazer exercícios, caminhada, ginástica, alongamento.
• Tomar banho de sol.
• Tomar banho frio ou de rio.
• Beber água pura.
• Comer alimentos saudáveis.
• Evitar os abusos.
• Ter fé em Deus.
• Ter alegria.
• Ter trabalho prazeroso.

O que são alimentos saudáveis?
Frutas, verduras, cereais integrais, legumes, grãos, ervas medicinais, pouca carne(preferência peixe e galinha caipira sem a pele), arroz integral, pão integral, farelo de arroz, acúcar mascavo, rapadura, mandioca, gergelim, folhas verde escuras, inhame, taioba, cará e outros alimentos de fazenda.

O que não é saudável?
Alimentos químicos que contem corantes, conservantes, aromatizantes, refrigerantes, açúcar branco, gordura animal, álcool, cigarro, drogas.

Como manter a saúde e vitalidade por toda vida?
Devemos preservar a essência herdada dos antepassados.

Como preservar a essência? Através de: repouso adequado, lazer, alimentos saudáveis, controle das paixões, evitar os abusos.

Usar ervas medicinais tônicas do tipo: jurubeba, gueroba, gergelim, amendoim, barú, alho, catuaba, jatobá, pequi, ginseng, brócolis, aveia etc.

Evitar! raiva, estresse, correria, tristeza, trabalhar de mais, abuso sexual, alimentação fraca e desvitalizada, etc.

Repor nutrientes! Vitaminas A, B, C, D, E, minerais do tipo: cálcio, zinco, magnésio, manganês, potássio, selênio, manganês, ferro etc.
Usar: pó da folha de mandioca, casca de ovo, fafrelo de arroz e trigo, verduras de horta caseira, suco de couve, rucula, hortelã, folha de batata doce, limão, goiaba, acerola, uva, frutas da região.

Sugestões para a comunidade: Clube social para melhor idade, praças, parques, áreas de caminhadas, vias para bicicleta, local para ginástica, atividades educativas, culturais e educação física para a melhor idade, bailes e danças semanais, redução da poluição sonora e respeito aos idosos.
Autor:Wellington Lee Schetinger
www.pirenopolisnatural.com.br